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cuidados neonatais de caes e gatos

INTRODUÇÃO Segundo o Instituto Pet Brasil, em 2020 a população pet mundial cresceu 1,7%. Em felinos o crescimento foi de 3,1%, e em cães, 2,1%. Ainda nesse ano, o Brasil alcançou o sétimo faturamento de vendas pet no mercado mundial, com crescimento de 17,8%, a maior taxa entre os dez principais países do ranking. Tais valores embasam a importância da criação e comercialização de pets no Brasil. O nascimento e o cuidado com filhotes são importantes pilares na criação e requerem dedicação, ética e trabalho em tempo integral. Considera-se neonatal o período entre o dia de nascimento e o 14º. dia de vida em cães e os primeiros 11 dias de vida em gatos. Todo neonato é fisiologicamente imaturo e os primeiros dias após o nascimento são os mais críticos para a sobrevivência neonatal, já que 50% das mortes de filhotes entre o nascimento e o desmame acontecem nos três primeiros dias de vida. A mortalidade neonatal em pequenos animais varia entre 5,5% e 30% (LAWLER, 2008). As causas de mortalidade neonatal podem ser não-infecciosas ou infecciosas. Dentre as causas não-infecciosas estão o baixo peso ao nascimento, defeitos congênitos e os partos laboriosos, que impõem severa falta de oxigênio aos fetos, podendo levar ao óbito cerca de 83% dos neonatos acometidos nas primeiras 12 horas de vida. Dentre as causas infecciosas, as infecções bacterianas são as principais (TONNESSEN et al., 2012).

CUIDADOS AO NASCIMENTO É um grande erro considerar que as cadelas e gatas não precisam de monitoramento durante o parto e que conseguem cuidar da sua ninhada sozinhas, como algo natural das espécies. A falta de assistência obstétrica e puerperal acarreta muitas mortes evitáveis. Idealmente, é indicado que cadelas e gatas sejam acompanhadas por um profissional ou alguém experiente durante a gestação e parto. Em um parto vaginal, deve-se ficar atento ao comportamento materno. A fêmea deve prestar assistência ao filhote imediatamente após expulsá-lo, rompendo com sua boca as membranas fetais e lambendo o filhote na região do tórax, abdome e face. O filhote deve, então, começar a chorar, respirar e, se após 10 segundos do nascimento a mãe não tiver prestado assistência ou o mesmo não apresentar respiração espontânea, vocalização e tônus muscular, deve-se intervir imediatamente limpando e desobstruindo suas vias aéreas (narinas e bocas) com auxílio de um pano limpo e seco. Pode-se, gentilmente, fazer uma aspiração do conteúdo líquido presente nas narinas e garganta por meio de bomba de sucção nasal neonatal ou sondas uretrais acopladas a seringas. Então, deve-se massagear intensamente o filhote na região do tórax, com toalha limpa e seca. Após a assistência inicial, o filhote deve ser apresentado à mãe para que ela o reconheça e aceite. A ligadura e higiene do coto umbilical devem ser realizadas nos primeiros minutos de vida, após os cuidados iniciais, pois o cordão umbilical é uma porta de entrada para infecções. Logo, deve-se fazer uma ligadura de nó duplo com fio inabsorvível, a uma distância de 1 cm da parece abdominal, cortar e descartar o restante do cordão e placenta. Em seguida, aplica-se solução de clorexidina, álcool 70% ou iodopovidona a cada 12 horas, até a queda do coto umbilical. Por fim, durante a assistência ao parto, não há indicação de chacoalhar um filhote em nenhuma situação clínica. O ato de chacoalhar filhotes ao nascimento está associado a quadros hemorrágicos, lesão e edema cerebral em medicina humana e veterinária, além de dificultar a adequada expansão pulmonar. Existem estratégias mais seguras e cientificamente embasadas na reanimação neonatal, como aquecer e estimular a respiração. Sendo assim, a prática de chacoalhar filhotes deve ser descontinuada. “Durante a assistência ao parto, não há indicação de chacoalhar um filhote em nenhuma situação clínica”


PremieRpet® a revista do criador 03/2021

 

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